A governança de dados é parte essencial do compliance. Os sistemas cuidarão da mecânica de armazenamento, manuseio e segurança. Mas é o lado das pessoas – a organização de governança – que garante a definição das políticas, os procedimentos sólidos, a gestão apropriada da tecnologia e a proteção dos dados. Estes devem ser tratados da forma correta antes de serem inseridos, ao serem usados, ou quando são recuperados do sistema para utilização ou armazenamento em outro local.
Entre os especialistas, há o consenso geral de que as cinco “melhores práticas” da governança de dados são:
1.Tenha em mente o quadro geral, mas comece pequeno. É um bom conselho. Quando começamos do zero (e nunca implementamos um processo de governança de dados), estamos desbravando novos caminhos. É sempre prudente começar pequeno; teste suas ideias e sua compreensão de uma forma limitada para aprender, desenvolver habilidades e validar a abordagem antes de se comprometer com um esforço maior. Ao mesmo tempo, ter em mente o quadro geral é importante. É fácil demais se concentrar nas minúcias e se afastar do objetivo geral. Portanto, documente as metas gerais do projeto (como será o processo de governança de dados), crie uma peça modesta que possa ser um teste-piloto e valide a abordagem por meio desse “piloto”.
2.Nomeie um patrocinador executivo. Como em todos os projetos interempresariais, é importante garantir que o patrocinador executivo da empresa seja o responsável pela estratégia de dados. Ele defenderá e transmitirá ativamente a estratégia à organização como um todo. O patrocinador também cobrará responsabilidade, modelará a mentalidade desejada e ajudará a arbitrar problemas de dados entre as unidades de negócios.
3.Crie uma justificativa de negócio. Sistemas de governança de dados geram custos. Embora não haja necessidade de equipamento especial para desenvolver a estrutura e preencher os detalhes, ainda há trabalho a ser feito que consumirá recursos, principalmente o tempo dos colaboradores.
Neste caso, uma boa justificativa de negócio deve conter uma descrição geral do projeto, uma declaração das metas e objetivos, os benefícios esperados e uma programação com marcos e medições (indicadores) de progresso e sucesso. Esses indicadores ajudam a manter o projeto sob controle, pois a equipe avalia o andamento com base no cronograma e nos marcos predeterminados. A justificativa também ajuda a equipe a lembrar dos motivos do projeto e por que é importante que seja concluído corretamente e dentro do prazo.
4.Desenvolva as métricas corretas. A medição é essencial, só que mais nem sempre é melhor. Mesmo quando automatizadas, as medições exigem tempo e esforço; alguém precisa analisar e interpretar os resultados e talvez tomar medidas corretivas. Medições em excesso ou não significativas podem ser contraproducentes. Os usuários, operadores e trabalhadores logo descobrem quando as medidas não são importantes e talvez prestem menos atenção às que são realmente significativas. Como acontece com os KPIs (indicadores-chave de desempenho), um número gerenciável de medições úteis e significativas (em geral, de 6 a 10) é muito melhor do que 50 ou 100 que não trazem muitas informações sobre o real funcionamento dos sistemas e a concretização dos objetivos.
5.Comunique-se. A maioria das pessoas tem aversão inata a mudanças com medo do desconhecido; assim, o melhor remédio é a informação. Esteja aberto aos que serão afetados pelos novos processos e procedimentos, sejam ou não participantes ativos do processo. Explique o que está fazendo e por quê. Diga como a vida profissional deles vai mudar (pode ser uma mudança sutil) e por que é importante apoiar essas mudanças e cooperar. Envolva no planejamento e na implementação dos novos procedimentos aqueles que serão mais impactados. Eles têm as melhores condições de ver como isso afetará a produtividade, quais modificações devem ser feitas para serem menos invasivas e como aprimorar o processo para fornecer dados melhores.
Não se esqueça: a governança de dados é um processo contínuo, não um projeto único. Sim, há o trabalho prévio de configurar o sistema, mas esse processo passará a fazer parte do cotidiano da organização. O processo em si precisa ser continuamente monitorado e reavaliado à luz das mudanças de volume, tipo e caráter dos dados que sua organização processa.
Artigo originalmente publicado em Blog SAP
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